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A evolução das teorias
Os cientistas têm todo tipo de explicação para
o surgimento dos humanos – da dança à rebeldia
adolescente. Alguma delas vai resistir à pressão
seletiva?
O que nos tornou humanos? Até pouco tempo
atrás, havia poucas teorias para explicar o salto
evolutivo que conferiu a nossos ancestrais a
capacidade de raciocinar. O polegar opositor era
uma candidata – deu a um grupo de hominídeos a
chance de fazer movimentos de pinça, com os
quais pôde produzir ferramentas. Outra tese era a
linguagem. A possibilidade de falar nos fez criar
símbolos, a essência de uma cultura. Uma terceira
teoria era a vida em grupo. A necessidade de
memorizar rostos e saber quem era fiel, quem traía,
quem estava acima ou abaixo na hierarquia social
teria dado origem à nossa inteligência.
Todas essas teses são ótimas. Mas não
chamam mais a atenção. Em seu lugar, uma série
de hipóteses mais ousadas tem ganhado espaço no
meio científico. A mais recente é que devemos
nossa inteligência... aos animais. Em artigo na
revista Current Antropology, a americana Pat
Shipman, da Universidade da Pensilvânia, diz que
nossos ancestrais tiveram de entender o
comportamento dos animais porque eram presas e,
a partir da criação de ferramentas, também
predadores. “Esse entendimento levou à linguagem
e, em um último estágio, à domesticação dos
animais”, me disse Shipman por e-mail.
Se você acha essa ideia esquisita, que tal a
tese de que nós viramos humanos porque
aprendemos a cozinhar? Ou por que gostamos de
música? Ou – a minha preferida – por que nossos
adolescentes são mais chatos que os adolescentes
dos outros animais? Todas elas foram defendidas
nos últimos dois anos.
A evolução das teorias sobre nossa evolução
tem um motivo: a seleção natural das pautas de
revistas científicas. Quanto mais inusitada a
proposta, mais chance de chamar a atenção – e de
ser publicada.
Isso não quer dizer que elas não tenham
mérito. Se não soubéssemos cozinhar, por
exemplo, nosso maxilar teria de ser muito mais
desenvolvido para mastigar alimentos duros e
nosso estômago teria de ser maior (como o dos
chimpanzés). Sobrariam menos espaço e energia
para o cérebro. O problema não é com as teorias
inusitadas em si, mas com o próprio fato de
procurar a atividade isolada que nos tornou
humanos. “Procurar por um único aspecto é perda
de tempo”, diz o psicólogo americano Michael
Gazzaniga, da Universidade da Califórnia. “Posso
falar porque já tentei”. E ainda tenta. Gazzaniga hoje
aposta que nos tornamos humanos ao aprender a
controlar impulsos e postergar o prazer.
“Cada evento em nossa evolução, seja cantar,
cozinhar ou domesticar animais, é consequência de
uma necessidade, que levou à outra”, diz o etólogo
Eduardo Ottoni, da Universidade de São Paulo. E a
necessidade de criar teorias, de onde terá vindo?

14.A respeito das perguntas utilizadas na abertura e no
fechamento do texto, é correto afirmar que:

(A)a primeira das perguntas sinaliza a temática do
parágrafo.

(B)a última das perguntas sintetiza as ideias
discutidas pela autora.

(C)tanto a primeira quanto a última pergunta se
dirigem diretamente ao leitor.

(D)tanto a primeira quanto a última pergunta são
incorporações de vozes citadas.

(E)ao contrário da primeira pergunta, a última visa
a contrapor as informações anteriores.


Sagot :

Resposta correta :

Alternativa A

Explicação:

A pergunta inicial “O que nos tornou humanos?” apresenta o assunto ou tópico do que será analisado e defendido ao longo do texto. A pergunta final seria uma crítica ao interesse em tratar de assuntos que possam provocar polêmica perante a opinião pública