Na era da Indústria Cultural, a música sofre uma perda de expressividade. Sua linguagem passa a ser transformada por processos objetivos, isto é, ela é usada para servir às necessidades institucionalizadas (ADORNO, 1941 apud WOLF, 1999). Em outras palavras, a música popular é feita a partir de regras já dadas, planificadas, regras essas que determinam a sua própria composição. Para Adorno (1947, p. 59), “desde o começo do filme já se sabe como ele termina, quem é recompensado, e, ao escutar a música ligeira, o ouvido treinado é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto”.

A partir do que é exposto sobre música e sua produção na Indústria Cultural, imagine duas artistas, Beyoncé e Annita, uma norte-americana e a outra brasileira. Ambas representam dois ícones da música reconhecidos internacional e nacionalmente. As músicas delas são consideradas semelhantes e a própria cantora brasileira disse ter sido bastante influenciada pela norte-americana. Esse exemplo ilustra a similaridade que existe na produção musical do mercado fonográfico, produção essa que é passada pelo “filtro da Indústria Cultural” (ADORNO, 1947, p. 59). No entanto, a esse respeito, observa-se que existem produções que parecem ser diversas, como as representadas por Dona Selma do Coco e pela banda Nação Zumbi, as quais são caracterizadas como produções regionais de gêneros diferentes.

A partir da discussão estabelecida, redija um comentário argumentando sobre a questão: existe a possibilidade de haver ou não diversidade na produção musical a partir do ponto de vista da Indústria Cultural?